A  Santa Casa da Misericórdia de Santo António de Lagoa,  criada em 12 de Janeiro de 2001, tornou-se , por esta circunstância, a primeira do milénio, iniciado em 2000  e a última de Portugal, quando já existiam misericórdias em todos os conselhos e, até, em muitas freguesias do país.

O tardio aparecimento de uma misericórdia na Lagoa, poderá atribuir-se à proximidade  de  Ponta Delgada, que com o seu hospital e outras valências acolhiam os mais carenciados do concelho, suprindo aquela  falta. Não nos parece existir outra razão, uma vez que sempre viveram na Lagoa Homens bons, como nas terras onde já existiam misericórdias. Pois na Lagoa, quando surge a Misericórdia, já havia um centro para acolhimento de meninas em risco, denominado então “ asilo de infância desvalida” e outros centros  de apoio a idosos, denominados “centros paroquiais”.

Porém,  as Santas Casas da Misericórdia, pelo peso da sua história, que remonta a 1498 (mais de meio século), assumem uma particular dignidade, que as obriga a tudo o que a sociedade possa esperar duma instituição, que lhes inspire a  Fé, a  Esperança e a Caridade/ solidariedade.

São instituições de beneficência, como a da Lagoa, que se preocupa, essencialmente, com as famílias, provendo, quando necessário as suas carências alimentares, através do banco alimentar; com as crianças, que frequentam o ensino escolar, através do ATL, com as crianças em risco, através do seu Lar; com os idosos, acolhendo-os nos centros de convívio de Santa Cruz a Agua de Pau, ou no seu Lar de Santo António.

A população da Lagoa recebeu a sua misericórdia com muita simpatia, como quem já esperava por ela há muitos anos. Para muitos, são coisas da “ Providência Divina”, a que os seres humanos são alheios e apenas instrumentos nas mãos do verdadeiro Criador.

Jorge João de Medeiros Borges

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